O Proconve entra em uma nova fase a partir de 2025, estabelecendo novos testes para a emissão de poluentes. Por isso, os modelos de veículos leves com maior consumo tendem a sair de mercado, o que pode levar à extinção de tecnologias, como o câmbio manual.
Já não é de hoje que a poluição atmosférica e o aquecimento global estão em foco e são alvo de intensas discussões. Governos têm adotado uma série de medidas para controlar o efeito estufa e, dessa vez, quem está na mira é o câmbio manual.
Desde 2022, está valendo a fase L7 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). Mas até 2031, a fase L8 precisa ser cumprida, e é isso o que vem acelerando o fim das transmissões tradicionais.
Mas, afinal, o que o câmbio manual tem a ver com as emissões? Por que as montadoras estão deixando de produzir modelos com esse tipo de transmissão? Se você quer as respostas, continue lendo e confira!
O que é o Proconve?
Como explicamos na introdução, o Proconve é o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores. Ele surgiu no ano de 1986, devido à resolução do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente).
O objetivo é reduzir a quantidade de gases poluentes produzidos pelos veículos, assim como os ruídos. Para isso, o Proconve estabelece limites para o barulho e a poluição, e os veículos precisam se adequar a essas normas para continuarem a ser comercializados.
Assim, o Proconve já passou por diversas fases e, em 2022, começaram a valer as normas L7, também conforme explicamos. Ela vale para os veículos leves, ou seja, com no máximo 3,5 mil kg. Porém, as montadoras já estão atentas à fase que vai começar em 2025, a L8.
O que vai acontecer na fase L8 do Proconve?
Como explicamos, a oitava fase do Proconve começa a valer a partir de 2025 e se mantém em vigor até 2031. Ela será composta por três etapas, que vão reduzir de forma progressiva o limite de emissão de poluentes por parte dos veículos leves. Afinal, essa fase engloba a mesma classe de veículos que a L7.
Já no ano de 2025, as montadoras precisam adequar seus veículos leves para que a produção de poluentes não ultrapasse 50 mg/km. Mas até 2029 o teto passa a ser 30mg/km, o que segue valendo até 2031.
É por isso que algumas tecnologias vão acabar ficando pelo caminho em função da nova fase do Proconve. O motor Fiat Fire, por exemplo, sairá de linha por causa dessas novas normas. Ele será substituído pelo motor 1.0 Firefly ECO PL8.
Como isso pode influenciar o câmbio manual?
Você viu que a preocupação do Proconve é reduzir a quantidade de gases poluentes emitidos. Por isso, a tendência é de que as montadoras tirem de linha as tecnologias que não atendem a essas normas, e isso pode envolver também o câmbio manual.
A intenção, a partir de agora, é alcançar eficiência e atender às normas de emissão. Os modelos com câmbios automáticos com maior número de marchas tendem a ser mais econômicos e gerar menos gases poluentes. Além do fato de ter menos manutenção, entre outras vantagens que fazem com que as montadoras deem preferência para eles.
Por isso, os carros com um consumo mais elevado, tanto aqueles com câmbio manual quanto com câmbios automáticos, vão perder a vez no mercado. Inclusive, isso também tende a acelerar a inclusão de modelos híbridos aqui no Brasil.
Sem falar do fato que o Proconve L8 ainda traz um sistema de crédito para as montadoras. Assim, aquelas que forem menos poluentes terão “pontos positivos”, enquanto aquelas que lançarem muitos poluentes, acima do teto estabelecido pela L8, terão débitos.
Por tudo isso, as transmissões tradicionais parecem estar com os dias contados. Com o lançamento de novos modelos, no futuro, ficará cada vez mais difícil encontrar carros com câmbio manual. Eles passaram a fazer parte dos clássicos, carregando uma tecnologia que já não se encontra mais no mercado.